Blá, Blá, Blá...

        Hoje, dez de novembro, é o dia em que começamos a repercutir com serenidade os últimos acontecimentos que permearam os diversos setores de nossa sociedade.
Não custa lembrar que permanecemos no mesmo estado. A polarização, maior entre duas posições antagônicas frontais primárias que dividem o País, mas ladeadas por outras não menos importantes, mais ou menos radicais umas ou conciliadoras outras, não importando o viés, mas sim o significado deste momento nevrálgico na história de nossas vidas.
A repercussão observada nas redes sociais, por parte de um volume não calculado de partícipes nas manifestação, muito embora, a grande mídia, pouca ou nenhuma atenção tenha dispensado à cobertura dos eventos populares, demostra a insatisfação de um segmento importante da sociedade com o resultado apurado e das decisões tomadas por um Judiciário que em tese, deveria atender aos interesses maiores da sociedade que representa.
Por 6 votos à 5, a Suprema Corte do Brasil decidiu pela prisão de acusados após o transito em julgado, o que na prática significa dizer que os ricos e poderosos poderão protelar o cumprimento de eventuais penas por crimes cometidos, ao passo que os pobres, linhas gerais, continuarão sendo presos e lá permanecerão por muito tempo, muitas vezes sem acesso a qualquer nível de justiça e algumas vezes até, presos por engano.
A “maioria” apertada, desempatada pelo Exmo. Sr. Ministro Dias Toffoli, demonstrou o nível de responsabilidade dos nossos magistrados, com a vontade da maioria, bem como descortinou a face individual de cada “Supremo” juiz do direito!
Votos coroados por termos jurídicos incompreensíveis ao grande público, mas em essência vazios de justiça e igualdade, o que de fato não se espera de uma suprema corte,  a exigência da liturgia por parte de uns, deixando à margem o fato de que respeito se adquire, se conquista e não se obriga! 
A empáfia e arrogância dos Ministros, tomou lugar a frente da verdadeira missão destes senhores(as) investidos da autoridade à eles outorgada pelo povo e apesar de não eleitos, deveriam ter em mente que a devem exercer em nome dos representados, observando e conservando primordialmente os interesses daqueles que representam.
Quando o clamor das ruas, não é ouvido pelas classes mandatárias, existem dois caminhos possíveis, e historicamente verificáveis.
No primeiro, deixamos o conforto de nossos lares, e marchamos à frente de nossos interesses verdadeiros e restabelecemos a verdade e o direito, condenando os maus brasileiros, sejam eles do executivo, legislativo ou judiciário, aos calabouços da história.
No segundo, nada acontece e continuaremos agindo como massa de manobra aos interesses das classes dominantes, que é o que aparentemente estamos seguindo. Manifestações de insatisfação, cartazes, plaquinhas, desenhos, mensagens nas redes sociais, videozinhos de manifesto contra fulanos e sicranos, mensagens de auto-ajuda e revoltas de boca.
Não passam de blá, blá, blá…

Comentários

  1. Também acho que é muito mi mi mi de todas as partes.

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  2. Há algum tempo, neste blog, foi publicado um artigo intitulado: "Justiça". Nele, lê-se o seguinte trecho:
    "Mudanças de postura, realinhamento de interpretações, de acordo com os ventos políticos e circunstâncias momentâneas e de interesses de grupos, em intervalos de tempo incomuns, não atendem aos anseios da sociedade e criam insegurança de ordenação jurídica, que pode levar nossa estrutura à grave e iminente colapso, e ao surgimento de novos aventureiros. A verdadeira justiça é aquela que cega, alcança à todos, e não à determinados interesses".
    A prisão em segunda instância é inconstitucional.
    A lei é a lei. Independente do fato dela atender aos nossos interesses pessoais ou posição ideológica.
    A lei é para todos. A Constituição está acima de todos... não Deus.

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  3. De fato concordo! A Lei deve ser igual para todos.
    A Constituição, datada de 1988 reza o mesmo texto desde sua promulgação.
    Não há motivo razoável para a Suprema Corte mudar de opinião 4 vezes em 11 anos, duas vezes nos últimos 3, a não ser, a mudança dos ventos políticos e ideológicos.
    Em países onde ordenamento jurídico ainda não atingiu a maturidade isto é normal, mormente quando a água atinge o 2o andar.
    Aguardamos a oportunidade de ouvir V. Sa. abrilhantar este blog, com sua explanação convincente sobre realinhamento de interpretações das leis de acordo com o momento.
    Lembro ainda que, a Constituição, tábula mater da formação das estruturas jurídicas do país está acima de todos, e acima dela a origem estrutural e histórica de nossa sociedade. DEUS!
    Agradeço muito seu comentário.

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    Respostas
    1. "...um grande acordo nacional...
      Com o Supremo, com tudo."
      P.s: Recomendo a leitura do livro Sapiens: Uma breve história da humanidade.
      Talvez reveja seu conceito de que Deus é a "origem" da sociedade, cmte.
      Forte abraço.

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    2. Um livro não encerra verdades, mas sim, a opinião de seu autor.
      Agradeço a recomendação, e o comentário, Dr..
      Grande Abraço!!!

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