Sem paixões.

Durante a vida, somos exigidos em diversos momentos.
Um dos momentos mais marcantes, e também de maior nível de exigência, é o da escolha da profissão.
Muitas vezes em tenra idade, somos levados a fazer opções que nos acompanharão e farão parte de nossas vidas por muitos anos e até por toda nossa existência.
Muitos fatores nos levam a decidir sobre o que desejamos fazer como meio de vida e de sustento por muitos anos, mas sem dúvida, um dos mais importantes quesitos é a paixão.
É muitas vezes a paixão por fazer, construir, entender, produzir que nos levam a determinadas escolhas, no mais das vezes, quando amparada por este sentimento, acaba por se demonstrar acertada.
Na escolha da aviação como profissão, a paixão está sem dúvida envolvida. O amor pela carreira surge como resultado de um processo, como namoros ou casamentos, que começam via de regra com a paixão e terminam com a criação de vínculos, laços efetivos e duradouros, que mais tarde, se tornam amor, mais tranqüilo, sóbrio e repleto de equilíbrio e maturidade.
Pois bem, baseado nos princípios que norteiam as relações acima descritas, é chegado o momento de abandonarmos a paixão e observarmos a aviação civil brasileira com os olhos do amor. Mais equilibrado, consciencioso e sóbrio, é através deste amor que conquistamos o direito e o dever de observar nossa profissão com olhos críticos, mas sem perder a ternura e o encantamento.
Ao longo dos anos, nossa paixão pela profissão, sofre uma série de modificações, provocadas muitas vezes por desilusões, mágoas, descontentamentos e dificuldades,inerentes a qualquer relação, que se desgasta e conseqüentemente perde um pouco do brilho e do frescor dos anos mais tenros.
A partir do amor, este sentimento que surge maduro, conseguimos perceber a beleza da profissão, mas também suas mazelas, suas imperfeições, seus atributos menos pródigos, suas razões menos sensatas.
A partir de então, criticar de maneira correta e consciente, sugerir caminhos, discordar de forma tranqüila, mas veemente, manter vigilância estreita sobre os caminhos e procedimentos adotados pelas autoridades que regem nossas vidas, nossas relações de trabalho, nossa segurança no vôo, nossa infra-estrutura, nossa manutenção e oficinas, nosso funcionalismo público, são mais do que deveres que adquirimos pelas responsabilidades que temos em relação aos que nos sucederão, são direitos que adquirimos pelo amor que dedicamos aos momentos que despendemos na obtenção de meios e recursos para atender as demandas de nossa profissão.
Sejamos então, objetivos, mantendo vivos os sentimentos que pautaram nosso compromisso com nossos próprios anseios, mas, sem paixões.

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