A Verdadeira Ameaça

Desde o início das tratativas sobre o SARS CoV 2, chamado popularmente de Coronavírus, e a síndrome respiratória aguda grave por ele provocada, conhecida por COVID-19, tenho estudado bastante, e lido muito à respeito.

A base utilizada para estes estudos tem sido a revista cientifica NEJM, New England Journal of Medicine, e a literatura da matéria médica, constante dos livros de formação em Imunologia e Infectologia, e a Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias do Prof. Dr. José Rodrigues Coura (Organizador), considerado um dos Compêndios de Medicina Tropical mais importantes do mundo.

Não pretendo ingressar na área técnica, mas sim, utilizá-la no embasamento de alguns argumentos.

Não tenho nenhum interesse em contradizer especialistas, nem descumprir determinações da administração publica dos mais diversos níveis, no entanto, gostaria de deixar registrada aqui, minha opinião discordante da metodologia aplicada ao cenário que hoje encontramos.

Em situações desta natureza, existem dois caminhos possíveis do ponto de vista de medidas de proteção em epidemiologia.

Pode o órgão gestor da sociedade, optar pelo “isolamento social”, que é o que o Governo Brasileiro escolheu, objetivando achatar a curva epidemiológica e reduzir os índices de contaminação na unidade de tempo, estamos vivendo hoje esta realidade.

O segundo caminho é exatamente o oposto, sendo conhecido como “imunidade do rebanho”, ou seja, acelerar o processo de contaminação por contato acelerando também o processo de surgimento da imunidade nos grupos sociais de forma mais veloz. 

Nos dois casos existem riscos e em ambas as situações ocorrerão os eventos, doentes graves e óbitos. Na Europa somente o Reino Unido e a Noruega adotaram a 2ª opção, no entanto, até agora, não apresentam índices de contaminação ou morbidade maior que os outros países.

Em epidemiologia, estatísticas são extremamente variáveis considerando características de contágio, expansão de área de prevalência do patógeno, dinâmica e genética de populações e um fator muito importante que seria a área de contágio pelo número de habitantes, uma expressão matemática da realidade.

A área da Europa é pouco maior que a área do Brasil, no entanto abriga 738 milhões de pessoas ou seja, 3 vezes mais que o Brasil, desconsiderando aí o fluxo turístico e de viajantes diversos.

Assim, gostaria de deixar aqui registrado alguns pontos à serem observados e algumas questões relacionadas às diretrizes adotadas:

Observemos:
a) Concentração de pessoas por unidade de área, o caso da Itália.
b) Índices de morbidade discrepantes por hábito e cultura. França x Alemanha.
c) Protocolos de comunicação e contabilidade do numero de infectados.
d) Capacidade do sistema de saúde em absorver, atender e recuperar o paciente. 
e) Capacidade econômica do sistema e estrutura econômica do País em suporte e resposta à demandas. 

Assim sendo, pergunta-se:
1- Existe um número enorme de pessoas contaminadas que não estão identificadas, e não fazem parte da estatística oficial pois não foram reportados e não há certeza de que sejam casos de COVID-19. As estatísticas apresentadas pelo sistema público de saúde estariam próximas da realidade? Ou já temos hoje milhares de casos não identificados e a dinâmica do evento está sub-dimensionada?

2- Quantos indivíduos contraíram o SARS CoV2 e não apresentaram sintomas, ou tiveram a infecção de forma sub-clinica e circularam em diversos ambientes sem serem identificados? Quantos estão contaminados agora e circularam entre nós sem que ninguém se dê conta?   

3- Durante quanto tempo o isolamento social poderá funcionar considerando os hábitos de nossos indivíduos e sociedade? Estamos falando de prazos iniciais que poderão ser ampliados de acordo com o entendimento das autoridades mas, se pode deter as pessoas por tempo indeterminado?

4- Neste cenário, a paralisação das estruturas econômicas e sociais, produzirão que tipos de consequências do ponto de vista econômico? Com a quebra de muitas empresas, redução de postos de trabalho que não serão recuperados e redução abrupta de arrecadação de impostos, colapso na circulação de mercadorias e serviços, poderão levar nosso país à maior depressão que já tenhamos vivido em qualquer tempo?

E tudo isso por que?

Não se pode deter a expansão da contaminação de pessoas, indefinidamente, e não se pode paralisar os meios de produção por tempo elástico demais pois, seriam capazes de produzir uma crise sem precedentes em nosso País.

A grande pergunta é:
À quem interessa uma paralisação da sociedade nestes termos?
Quem se beneficia com isso?

Em nosso País hoje, temos vários fatores concorrendo para que o cenário se complique: 
Órgãos de imprensa desviados por motivações politicas provocando um ambiente inseguro no campo da informação.
Grupos políticos utilizando as circunstancias para produzir factoides, e desestabilizar o Poder constituído.
Ameaças constantes à estabilidade das instituições com “mandatários” usurpando poderes que não lhes foram concedidos.
Segmentos da sociedade apoiando players externos em detrimento de valores Brasileiros.

Por todos estes fatores, deixo aqui minha singela colaboração com a formação de opinião, meu incentivo ao raciocínio livre, e minha discordância em relação às medidas implementadas, principalmente consideradas aí, as ações de governos de estados e prefeituras, adotando posturas descabidas, como se independentes fossem e se arrogando direitos que não tem, desconsiderando o fato de ser o Brasil uma República Federativa, liderada por um Presidente Eleito de forma democrática, e no pleno exercício de suas funções.


Esta é a verdadeira ameaça!

Comentários

  1. Caro amigo Nelson.
    Não há como manifestar-se sem que haja uma demonstração de sua tendência política, seja de direita ou de esquerda, radicais ou não, essa tendência sempre irá permear suas palavras e esse seu texto, deixa isso explicito de forma perfeitamente natural, mesmo que você tenha tido o cuidado para não demonstra-la.
    Digo isso, pois expus seu texto a um conhecido sabidamente de esquerda, e as críticas não tardaram. Analisando-as, não há como não concordar com outro viés em certos aspectos. Primeiramente, a compreensão do texto exige certo esforço da massa cinzenta do sujeito e isso me parece uma constante na maioria das pessoas com essa visão política. Há algum tempo já creio na regularidade dessa dificuldade cognitiva nesses indivíduos, com raras exceções.
    É de se esperar, portanto, essa cegueira sobre o óbvio, essa exasperação ao incompreendido, pelo simples fato da incerteza.
    Eu, portanto concordo com a crítica desferida ao texto, apontando com rancor, a sua tendência direitista explicita. No mais, engajo-me em suas palavras, alinhando-me a elas e estou pronto para marchar nessa batalha, vamos em frente. A luta é longa e ingrata, mas necessária.

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