Machistas!

Eu sou machista! 

Depois de 53 anos acreditando que não, descobri a verdade.
Nasci na década de 60, filho de familia standard, pai, mãe, irmãos.
Meu pai era um Militar machista, meus avós, todos eles, incluindo as avós, eram machistas, meus tios, militares, professores, mecânicos, engenheiros, advogados, todos machistas, pessoas de um tempo em que o feminismo simplesmente não existia.

Conclusão: Eu só posso ser machista!

A sociedade atual condena com veemência o machismo e suas mais diversas formas de manifestação, no entanto, somos resultado da criação que recebemos e dos complexos sociais  aos quais pertencemos.

No entanto, precisamos contextualizar os momentos e circunstâncias que definem nossas posturas de forma pragmática e objetiva. 

Cresci, assistindo meu pai abrir portas e ceder lugares à minha mãe, me formei assistindo meu pai e tios oferecendo presentes, tratando suas mulheres com respeito e consideração, assisti meus contemporâneos pedirem as mãos das  namoradas aos pais, “tempo” (expressão tétrica) em que pouquíssimos casos de abuso ou falta de respeito, por parte de quem quer que fosse para com uma mulher existiam e eram relatados, e quando ocorriam, os responsáveis eram punidos de forma exemplar.

Os homens se comportavam até com certo exagero em relação ao respeito, até mesmo quando a mulher     concedia “direitos”.

Nunca, repito, nunca observei ou tomei ciência de que meus pais, tios ou contemporâneos, tenham usado de violência ou matado suas mulheres, aliás, tempo (olha ela ai de novo), em que este tipo de situação ou comportamento era execrado publicamente.

Assim sendo e, após 53 anos, constatando que meu comportamento em nada mudou, em relação aos princípios e educação por mim recebidos dos meus pais, assumo e faço o mea culpa.

Eu sou machista!

E continuarei sendo.
O que a sociedade latu senso resolveu caracterizar como “machismo”, tem outro nome:
Falta de educação, ausência de berço, deficiência de  formação, deterioração de princípios básicos de convívio em sociedade, e falta de respeito, não pela sua mulher, ou pela mulher, mas sim, pelo ser humano.

Ter que distribuir um adesivo onde se lê “Não é Não” seria o mesmo que dizer que estas gerações são formadas por deseducados e deselegantes, semi-analfabetos?

Ter que fazer uma lei, para impedir que os mesmos deseducados se comportem de forma razoável diante daquelas que poderiam ser suas irmãs?

Testemunhamos essa realidade em vários momentos e circunstâncias.
Nas escolas e suas ideologias, sejam elas quais forem, nas aposentadorias, no abandono dos idosos, nas filas do SUS, no desamparo social, no desemprego de milhões, o fator em comum é a falta de respeito, de formação, de compromisso de seres humanos para com seres humanos.

E isto, nada tem há ver com machismo.

Em tempo:
Na minha juventude, frequentei o baile do Monte Líbano.
Onde ao menor sinal de desrespeito, os seguranças botavam você pra fora sob tapas e chutes.
No mesmo baile ontem, tocava a seguinte pérola.
Assista... Reflita... Conclua...

MC Rebecca - Me recuso a descrever o título.


Comentários

  1. Pois é... Eu, além de Machista, também sou: Homofóbico, Misógino (mas não vivo sem elas) e Violento, pois não economizei umas boas palmadas no traseiro dos meus filhos, do mesmo modo como o Machista Opressor do meu pai, o fez comigo e meus irmãos.
    Estaríamos na hora de um evento catastrófico para acabar com o "politicamente correto" e valorizarmos o que realmente tem valor?
    Quanto ao vídeo, putz!

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  2. 40 anos de dominação gramsciana na mídia, nas escolas e nas universidades resultaram nesse lixo "cultural".
    Parabéns às feministas. Conseguiram descer ao fundo do poço na desvalorização da mulher.

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  3. Decepcionante sua percepção de mundo, cmte. Quer dizer que mulheres estão sendo assassinadas a décadas por homens "deseducados e deselegantes'? No mínimo, superficial e minimalista seu argumento. E engano seu dizer que no 'seu tempo' isso não ocorria.
    Fato é que eram crimes de honra, tolerados pela sociedade e que culpabilizavan a vítima, como vcs, MACHISTAS, tentam fazer até hoje.
    Fica aqui um pequeno texto para sua reflexão:

    ' O código criminal de 1830 isentava de pena aquele que matasse sua esposa sob domínio de emoção. O artigo 252, expressamente estabelecia pena de prisão e trabalhos para os adúlteros, especificando que à mulher adultera só se aplicaria a pena “se estivesse viva”, restando evidente o direito do marido em matá-la para assegurar sua honra.

    Como exemplo do nível que a perversa democratização da violência sofrida pelas mulheres alcançou, no ano de 1873, no estado do Maranhão, temos o caso do Desembargador Pontes Figueira, que, apaixonado por uma jovem de 15 anos, a matou após ter seu pedido de casamento negado.

    A expressão crime passional ou homicídio passional ganhou notoriedade na década de 60 quando o playboy Doca Street, por não suportar o fim do relacionamento que mantinha com Ângela Diniz, a assassina, e ao se defender, diz que o fez por amor.'

    Cogito, ergo sum. Não me parece que o que escreveu aqui seja o 'óbvio', cmte.

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    1. Agradeço a gentileza da leitura e a profundidade do seu importante comentário, que sem dúvida, será considerado!
      Muito obrigado!

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