Quanta Saudade!

Hoje é o dia da saudade.
Trinta de janeiro é o dia da saudade, você sabia?
Um importante veículo de comunicação, com emissoras em diversas capitais, fez uma pergunta:
Do que você tem saudade?
Receberam diversas respostas, as mais interessantes, e mais saudosistas.
Era de se esperar que assim fosse.
Enquanto ouvia comentários sobre as saudades dos ouvintes, pensei à respeito das minhas.
Nossa, e são de fato muitas...
Este assunto, entremeado com diversos outros do noticiário nacional me fizeram refletir.
Do que tenho saudades???
Em determinado momento, repercutiu um comentário sobre anos idos, e senti saudades do tempo que nosso país possuia uma política energética em desenvolvimento, que priorizava em sua matriz, a energia limpa.
Hidroelétricas com reservatórios hidráulicos perenes e Proálcool, por exemplo.
Senti saudades de quando os planos de expansão das redes de distribuição contemplavam crescimento de demanda da ordem de 8 à 12% ao ano.
Senti saudades do tempo em que não se discutia ou havia expectativa de apagão.
Senti saudades do tempo em que o desenvolvimento de tecnologias próprias e esforços de grupo objetivando o desenvolvimento da exploração em colunas medianas e profundas, eram causadoras de espanto, em países com tradição na exploração de águas profundas.
Senti saudades do tempo em que os reservatórios hidráulicos eram projetados para abastecimento e produção de energia de forma equilibrada e coerente.
Senti saudades de Santa Cecília, Santa Branca, Guandú e Funil cheios e sob controle.
Senti saudades dos tempos em que a crise hídrica era um quadro confinado ao nordeste e tinha solução, faltando só vontade política.
Senti saudades do tempo em que a gestão das águas era responsabilidade do estado, e ele era responsável.
Senti saudades do tempo em que as autoridades não falavam de problemas imediatos de forma burocrática e distante, como se fosse um problema da lua!
Senti saudades do tempo em que a solução de problemas se atingia com trabalho e atitude, e não com discursos demagógicos e formação de comitês de gestão de crise, onde os partícipes se aproveitam da situação para faturar mais um dinheiro.
Senti saudades do tempo em que o estado viabilizava soluções e não inventava taxas e multas pelo consumo de um bem público e de direito, como se fosse responsabilidade do povo, ou culpa do usuário a redução de disponibilidade do recurso.
E finalmente, senti saudades do tempo em que os jornalistas, pesquisavam e conheciam a história do país.
Se ainda hoje fosse assim, a jovem jornalista saberia que, o que presenciamos hoje é a crônica de uma morte anunciada e bradada aos quatro ventos por especialistas de diversas cadeiras nos últimos 23 anos.
Devo estar ficando velho... Quanta saudade!!!

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