O Primeiro e o Último Escalões...

Ao longo destes últimos dois anos, muito se tem discutido e ouvido falar da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e dos eventos que povoaram nossos noticiários e que são de domínio amplo de todos os segmentos da sociedade civil organizada.
Os diversos escalões da referida agência, estão comprometidos em suas atuações, responsabilidades e competências, em muitos casos por inoperância do sistema, engessado pelas características burocráticas que lhe são pertinentes, mas em outras circunstâncias, comprometidos pela inexperiência e por que não dizer, pela incompetência daqueles que receberam do Governo Federal a missão de reorganizar suas estruturas de funcionamento e atuação.
O ilustre Ministro da Defesa Nelson Jobim, utiliza o poder a ele conferido, substituindo mandatários da citada agência ou assumindo funções que não lhe cabem, em reuniões intermináveis onde se discute muito e se resolve pouco, pois até agora as soluções que foram apresentadas em nada concorrem para o alívio das tensões existentes.
A atual presidente da agência, Sra Solange Vieira, segundo reportagem recente é mais uma ilustre colecionadora de cargos, mas que pouco diz ao que veio quando se trata de demonstrar competência e propriedade nas suas atitudes.
Necessitamos hoje não de um, mas de um grupo, um colegiado de profissionais sérios, competentes e comprometidos com os resultados pois, de amadores já estamos calejados.
Profissionais que reúnam não somente as características administrativas necessárias aos desafios que teremos pela frente, mas que estejam acima de tudo comprometidos com a realidade e com a história da Aviação Civil Brasileira.
Até o presente momento, não temos um diretor de competência comprovada e principalmente com envergadura moral e comprometimento para resolver ou sequer encaminhar os desmandos e absurdos que foram desmedidamente executados e pior, defendidos pelos Sres e Sras ocupantes de posições de comando no Sistema Brasileiro de Aviação Civil...
Percebemos uma clara ausência de comando, porque é necessário mais do que saber mandar, em verdade é fundamental, saber no que mandar, como comandar e quais os efeitos que estas ordens dadas hoje, farão nos mercados e nas operações aéreas no país.
Enquanto isso se pode atribuir deveres aos últimos escalões, inspetores do órgão os chamados INSPACS, sem a menor condição de efetuar quaisquer tipos de verificação, sem amparo técnico, sem objetivos específicos, acéfalos nas suas atribuições e, por conseguinte, engessados em suas funções.
Os profissionais do setor sem ter a quem recorrer, como se fosse um favor o órgão público responsável pela emissão de licenças, conferência, verificação de proficiência, aferição de conhecimentos, avaliação de profissionais, liberação de aeronaves, inspeções de nacionalização, processos de homologação, análise de novas linhas e concessões, realizar a tempo e hora seu dever de ofício e sua missão primordial.
Tudo isto acontece diante das faces insensíveis das autoridades do primeiro escalão que observam e trocam considerações de cunho burocrático e sem medidas efetivas que visem à solução dos problemas e dissolução do nevoeiro que nos impede a decolagem para um futuro melhor e torna incerto o pouso dos incautos que embarcaram nesta nau desgovernada.
Enquanto isso, o passageiro, o cidadão, participante do último escalão, observa estupefato sua segurança, sua vida, seus direitos, seu dinheiro, e a imagem internacional do seu país, realizar um pouso forçado em terras estranhas por conta da ineficiência, inexperiência, incompetência e principalmente descaso por parte do primeiro escalão.

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