Dois anos de lava jato.
À despeito da indiscutível qualidade dos trabalhos e funções, realizados de maneira profissional, com raras exceções, por parte da Polícia Federal, Mistério Público Federal e Justiça Federal, na figura emblemática e agora mundialmente conhecida, do MM Juiz Sérgio Moro, me veio a necessidade de avaliar os resultados até então e realinhar minhas expectativas...
Isto posto, realizei algumas leituras de colunistas consagrados, dos grandes veículos de comunicação do país, alguns antagônicos entre si, e apurei o resultado à seguir:
Dois anos e três meses de operação conjunta das diversas instâncias de polícia e justiça, resultaram em mais de quinhentas autoridades de primeiro, segundo e terceiro escalões, denunciadas ou citadas em investigações, com razoável certeza de participação em algum nível, de algum “esquema” objetivando a própria locupletação, tendo como origem, verbas ou recursos públicos.
Dos mais de quinhentos envolvidos ou indiciados, até agora SETE foram presos e/ou condenados, sendo que 3 já estão em prisão domiciliar, e quatro somente, permanecem presos no sistema de apenamento público.
Dos já comprovadamente partícipes de eventos de corrupção e roubo de recursos do erário público, mais de quarenta, faltando ainda o "Ali Babá", já fecharam alguma espécie de acordo de delação “premiada”, de fato, mais premiada que delação, e se encontram cumprindo penas alternativas em domicílio ou semi-aberta, não tendo passado de fato pela punição de acordo com nossas melhores expectativas, como seria natural à qualquer um.
Os grandes corruptos e corruptores já estão livres, quatro exceções, isso desconsiderando este último caso, onde nem prisão ou qualquer tipo de punição houve, e o delator hoje goza de prestígio, patrimônio e vida nababesca em seu apartamento na 5a Avenida em NY.
As promessas de prisão e condenação até agora ficaram só na promessa, e muito poucas execuções de pena, se deram à tempo e hora.
Muito se investiga, mas na verdade, pouco se prova e ainda menos se pune.
Os que ainda se mantém, procuram recursos e refúgios nas leis, e quando as leis não atendem, votam novas leis, que os protejam.
Temos de tudo em nosso país, denúncias em profusão, investigações em diversos níveis, provas fracas, mal formadas e outras mal encaminhadas, prazos extensos demais, instâncias de recurso demais, resultados pífios demais...
Sistemas comprometidos em sua integridade por desconfianças diversas, um Supremo sobrecarregado e sem a imparcialidade necessária ao exercício da plena e insofismável justiça.
Neste cenário, conturbado e incerto, a consciência coletiva já se prepara para uma nova expectativa…
Mais um sabor, na pizza que tantas vezes já saboreamos.
Torcer por dias melhores... Pq infelizmente ainda pode piorar cada vez mais... Tomara que não!!!
ResponderExcluirUm gosto amargo na boca, poucos com certeza vão ser punidos, o que mais virá pela frente!
ResponderExcluirNos idos de 1999, quando cursava Direito, o professor de Direito de Processo Penal, Juiz Federal em Brasília, frequentemente citava na aulas que: "aqui no Brasil, para quem não tem escrúpulos, o crime compensa."
ResponderExcluirEstávamos em 1999, ou seja, há dezoito anos a impunidade já era alarmante; de lá pra cá, como percebemos (e demonstrado em seu artigo) a situação piorou bastante. Que a lava-jato, esses verdadeiros cidadãos que compõem a Forca-Tarefa e, sobretudo, nós, cidadãos honestos e de bem, dignos de sermos chamados de BRASILEIROS, consigamos dar um novo rumo ao nosso Brasil. Que essa corja inscrustada nos três poderes pague, em vida ou no inferno, por todos os males que nos causaram.
Parabens, Nelson, pelo artigo.
Eu não acredito que haja uma melhora no cenário público e político. Pode até mudar, mas melhorar? Creio sinceramente que vamos terminar esse triste epsódio muito frustados, com o inicio de um outro escândalo, deixando a lava-jato nos porões do esquecimento e depois, outro e outro e outro... e nunca chegaremos de fato, no fundo do poço.
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