Transposição...

Nosso planeta, é um sistema fechado.
Daqui nada entra ou sai, exceção feita à eventuais meteoritos e asteróides erráticos, e é claro, nossa principal fonte de energia. A radiação solar.
Dito isto, vamos pensar à respeito das águas.
Desde meados do século XX, discutimos as origens e destinos das águas.
Mares, Água Geológica, Geleiras, blá, blá, blá... Sabemos que somente um baixo percentual de água doce, esta de verdade disponível para uso. Menos de 2%.
Estamos vivendo um momento complicado em relação a esse bem sem o qual, a vida se torna um pouco mais difícil...
Sim, exato, nada a corrigir... 
Um pouco mais difícil, por que, enquanto este problema esteve restrito a região nordeste, e ao cerrado, não ganhou noticiário, menos ainda clamor público, e se eles puderam viver nestas condições de escassez por décadas, nós também podemos!
Mas o que acontece hoje em nossa região, é um fenomeno de absurdos e desvarios de uma casta política corrupta e imoral.
Os problemas em relação ao abastecimento estão sendo comentados, discutidos e propalados, desde a década de 1980, com especial ênfase no inicio da década de 1990 com a RIO 92, lembra?
Estes senhores que aí estão, já faziam parte do cenário político e decisório à época, e sua atuação foi pífia e desinteressada diante dos diversos avisos e recados.
Hoje, o cenário é um pouco mais tenso.
Com a ameaca de esgotamento do recurso, que medidas reais estão sendo tomadas por nosso governantes? Já pensou à respeito?
Se não, vejamos:
Criação de um gabinete de crise pelo Governo do Estado de São Paulo, onde um sem número de senhores que em nada, absolutamente nada podem auxiliar ou contribuir para a solução do problema, discutem de forma teórica as eventuais soluções que não existem, e recebem para isso!
Mais um canal de escoamento de dinheiro público, considerando que, escoamento de água, não há.
Criação de taxas e sobretaxas, multas, punições pecuniárias, como se responsáveis fossem os cidadãos que lavam carros ou calçadas, e não os incompetentes que estão ha séculos se locupletando do dinheiro público com objetivo único de amealhar recursos em proveito e benefício próprio, mas sem realizar qualquer planejamento sério, obra, aumento de capacidade de armazenamento, ou coisa séria que o valha.
E como solução mágica para a questão, apresentam uma obra orçada em 300 milhões, que acabará custando efetivamente 830 milhões, pelo caráter urgente de sua necessidade, onde licitação e controle dos gastos do erário público são fatores menores...
A transposição de nada a coisa alguma.
O rio Paraíba do Sul, está saturado de pontos de captação e já abastece um universo muito amplo, maior que o próprio rio Amazonas. 
Talvez bem mais interessante e proveitosa que isso, fosse a transposição das águas da bacia amazônica para a região sudeste.
Impossível? Entao vejamos:
Você conhece o gasoduto Brasil - Bolivia?
Ou o gasoduto Porto Velho - Urucu - Manaus?
E a transposição do São Francisco?
Imagine então, uma obra faraônica, onde canalizaríamos a água de alguns rios amazônicos à partir de determinados pontos de inserção, e que esta água que atrapalha a vida de todos lá, por que alaga vastidões, fosse trazida à regiões como o centro oeste, e sudeste, desafogando literalmente os povos ribeirinhos e os rios da região nos momentos de cheia, em que prejudicam transporte, produção, comunicação, integração, e que são coincidentes com os momentos de baixa vazão nos rios dos estados do sudeste e sul, por força de momento climático.
Com vários outros pontos de descarga e destinos pelo caminho, aumentando-se ou reduzindo-se a vazão para locais com mais ou menos necessidade, haveria controle sobre o abastecimento em quase todo o país.
Imagine também, o tamanho desta obra, seus valores financeiros em mercado, as comissões geradas, as propinas pagas...
Mas pelo menos, serviria para alguma coisa e se perpetuaria como a solução viável para nosso problema de constância de recursos, pois que transposição de coisa alguma para lugar algum, não resolve nada.
Fico me perguntando em que momento aprenderemos a eleger representantes que realmente se importem em resolver questões fundamentais e estruturais dos muitos gargalos em nossa sociedade.




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