Manifesto!

Ao longo dos últimos dias, temos visto, movimentos de insatisfação e até mesmo revolta em diversas categorias profissionais. Começou pelos caminhoneiros, repletos de ponderações e insatisfações com a entrada em vigor da portaria do limite de jornada, e das modificações da carta frete. Depois tivemos uma paralisação com ares de anos oitenta, na linha de montagem de veículos leves da GM em São José dos Campos, por conta da possível desativação do parque de montagem e sua também possível transferência para outro país do Mercosul. Os  "hermanos" ficariam radiantes... Agora, temos uma manifestação com cara de guerra, produzida pelos "motoboys" por conta de sua não aceitação das novas regras e regulamentos para o exercício da profissão. Me chamou a atenção nestes eventos, o fato de que, de maneira sempre muito clara, objetiva, as vezes até por caminhos questionáveis, as categorias profissionais no Brasil se posicionam contra quaisquer mudanças ou alterações que suas práticas comuns sofram, sejam de natureza regulatória ou de viés social. Pois bem. Me causa espécie o fato de nossa classe, tomar sempre os rumos contrários aos predominantes e historicamente comuns para outras categorias profissionais. De forma pusilânime e quase servil, nos encolhemos e acovardamos diante de quase todas as ameaças e pressões das empresas e patrões. Redução no valor de diárias, redução no número de profissionais a bordo, aumento de jornada de trabalho, demissões aleatórias provocadas por acordos, vendas de empresas, incorporações com a anuência das autoridades constituídas, acomodações de estrutura para atendimento de interesses diversos, e de fato, o que vemos? NADA!!!! Não fazemos nada!!! Nem um movimento decente, uma greve, uma paralisação, um manifesto, uma carta de reivindicações ou intenções, uma negativa... NADA!!!! Certa vez, um amigo me mostrou uma foto. Tratava-se de um burro (animal), amarrado a uma cadeira de plástico, e por força das circunstâncias e do hábito, ali permaneceu por horas, imóvel, sem se dar conta de que tudo o que tinha a fazer, era dar um passo. Percebo nossa categoria assim... Imagine um touro amarrado por um barbante... Não, não faça nada! Agende com seus amigos, colegas, irmãos, familiares, companheiros, e com a sociedade de maneira geral, três dias. Marque e divulgue, assim, você não prejudica ninguém. Inicie este movimento, completamente pacifico, sem pretensões salariais, sindicais, ou de reivindicação de qualquer natureza. Simplesmente, marque com todos, três dias de folga... Todos juntos, nos mesmos três dias, não sairemos de casa, não atenderemos escalas, não passaremos perto dos aeroportos, usaremos estes três dias para descansar. Por três dias, não haverão decolagens, não haverá movimento, não haverá tráfego aéreo, não haverá arrecadação de tarifas, as empresas não honrarão seus contratos, não haverá distribuição de cargas, não haverá manutenção, não serviremos nada aos passageiros. Se te perguntarem, o que você quer, simplesmente responda: NADA! Se te perguntarem, qual o motivo, simplesmente responda: NENHUM! Quando voltar da folga, verifique a mudança que terá provocado na estrutura da sociedade à qual pertencemos. As empresas, a ANAC, a Infraero, os Passageiros e a Aviação, não existem sem você!!! Pense à respeito. Cmte Nelson Oro

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Passado, Presente e Futuro!

Bumba meu Morro

Sobra o Inglês...