Vamos correr a sacolinha!!!

Olá amigos e colegas, gostaria de chamá-los a uma reflexão sobre a retirada das famosas sacolinhas plásticas do rito de compras nos supermercados.
Li recentemente uma reportagem sobre o assunto onde São Paulo deu a largada no intuito de abolir sua utilização, o que vem provocando as primeiras reações na industria do plástico com demissões de funcionários nos fabricantes de sacolas utilizadas com este fim.
Não nos cabe discutir políticas de governo, pois todos sabemos que por trás de decisões desta monta, existe um enorme aparato de defesa de interesses e situações que muitas vezes não atendem ao melhor para a população muito menos, com vistas à defesa do ambiente.
Antes que pensem erradamente, não sou representante de qualquer segmento favorável ou contra o que quer que seja, mas conheço o assunto de forma bastante abrangente.
Será realmente correta a idéia de que, abolindo as sacolas plásticas estaremos contribuindo de alguma forma para a melhoria ou solução de algum problema ambiental no planeta?
Convido vocês a pensar sobre o que entendo como real e correto em relação ao que vem sendo apregoado como solução ambiental, e que pode não ser tecnicamente verdade.
Começo este coloquio com duas questões:
1- Serão abatidos pro rata, os custos das sacolinhas embutidos nos preços dos produtos de prateleira?
2- Serão mesmo degradáveis as embalagens oferecidas com esse viés?
Vou me ater à segunda questão.
Há algum tempo, tive a oportunidade de assistir a um relato sobre uma pesquisa realizada em diversos depósitos de lixo no mundo inteiro, e o resultado surpreendente que este estudo evidenciou.
Afim de entender a mecânica de dissolução e degradação dos diversos materiais nos depósitos de lixo, aterros sanitários, aterros controlados e Lixões do mundo inteiro, o pesquisador utilizou uma técnica de testemunhos, perfurando células de assentamento encerradas há pelo menos 3 anos, com o objetivo de entender como a degradação do lixo ocorre e em que velocidade.
Os testemunhos foram efetuados em diversas cidades de diversos países o que da ao estudo uma característica de multiverso e confiabilidade em que pese as diversas situações que permeiam diferentes sociedades, tendo em conta que o lixo produzido em Massachussets é de fato diferente do produzido em Nova Delhi.
O método de testemunho, é aquele onde se faz uma perfuração no objeto de estudo, seja ele, solo, ou lixo, e se retira uma coluna de determinado tamanho que corresponde a uma determinada profundidade, ou neste caso, uma determinada idade cronológica.
A partir do estudo desta coluna, o pesquisador depreendeu alguns fatos muito interessantes.
1- No lixo de um aterro Norte Americano, à profundidade de 6 metros em uma célula encerrada havia dez anos, encontrou um jornal, dobrado, intacto, em perfeito estado, que permitia até a leitura e podia ser facilmente desfolhado. No cabeçalho se lia: " Massachussets april 21, 1954." logo, é razoável pensar que este jornal, na ocasião da pesquisa (1986), estava no lixo há 32 anos. Fica a pergunta: Papel é uma estrutura biodegradável?
2- Na mesma coluna, estima-se algo entre 5 e 10 anos acima, ou seja, bem mais moderno, uma moita de alface, destas que compramos no supermercado e levamos para casa nas famigeradas sacolinhas, intacto. Sabe aquele que você esqueceu por algum tempo no gavetão e como ele murchou você jogou fora? Exatamente, 20 anos depois ele pode ser encontrado no aterro sanitário exatamente no mesmo estado.
O que nos leva a concluir que nem tudo, ou na verdade, quase tudo o que jogamos no lixo, não se degrada na velocidade e da forma que acreditamos. Nos faz bem pensar assim pois que, aplaca nossa consciência em relação ao que de fato deveríamos jogar no lixo. Ou não!!!
No lixo de Nova Delhi, não foi diferente. Diversos elementos que se acreditava estarem totalmente degradados após alguns meses ou anos de residência nas células, encontravam-se intactos.
Mas houve um elemento que não foi encontrado, nem integro nem fragmentado, nas camadas abaixo do estimado em cinco anos, em todos os testemunhos realizados nos diversos aterros sanitários pesquisados no mundo.
SACOS PLÁSTICOS.
As sacolas plásticas, são frágeis em sua constituição e sofrem a degradação mecânica que todos os elementos sofrem normalmente, mas provavelmente, suas estruturas não suportam estes esforços de forma repetitiva, basta lembrar de quantas delas arrebentaram ainda no trajeto entre o supermercado e sua casa.
Mais uma vez, não defendo qualquer interesse de natureza técnica, ideológica, ou financeira em relação a industria ou comercio de plástico, apresento simplesmente o resultado simplificado de um estudo complexo.
Este estudo foi encomendado por um grupo de empresas americanas, interessadas em substituir as sacolas de plástico por sacolas de papel. Seus resultados à época foram tão contundentes que a industria do papel americana, pagou ao pesquisador responsável pelo projeto, desapareceu com os resultados da pesquisa e este assunto nunca mais foi abordado.
Não desejo fazer apologias a favor ou contra sacolas, sejam elas de plástico, de papel, ou do que quer que seja.
Mas desejo despertar a curiosidade de todos em relação a:
O que é de verdade biodegradável e em que condições, a matéria se torna biodegradável.
A quem interessa de verdade banir a sacola de plástico da estrutura social que ela ocupa, e a quem interessa e por que, realizar esta manobra sem um planejamento e sem um estudo detalhado que demonstre claramente quem ganha, quem perde, quem empata, e em que posição fica o consumidor nesta história.
Quanto à primeira questão, deixo sua resposta a cargo da autoridade responsável pela defesa do consumidor e ao ministério publico, instancias competentes para dirimir estas questões.
Enquanto penso a respeito, me ocorre a lembrança de um bordão humorístico da década de 90 em alusão à vantagens financeiras obtidas de forma imprópria.
"Vamos correr a sacolinha"

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